Friday, January 26, 2007

vim de lá

"Oh! deixa.te disso, ela precisa!"
Ainda hesitei entrar na carruagem…


Deixar todo um mundo que me inspira
E me abafa o desprazer, as loucuras de outra margem.


No entanto lá fui eu…
Relembrando o alecrim, o pássaro e as cortinas;
As fontes de águas cristais,
As vozes dos animais
E o cantar da cotovia.
Oh minha querida sobrinha!
Não sei como irei passar
Sem passar e sem cheirar.
Sem comer das árvores-mães
Comendo antes alemães
Que me levam ao que fui.
É pois…

O hospital que desconheço
(nunca cá tive assento por viver no paraíso;
Lá as curas são boas, de ervas e camomilas
De refrescos e perfumes.
Encantam não só a dor
Como a doença que desmaia com o prazer de outras ervas…)

(Não me julguem radical, sim o eu que agora escrever,
Apenas acho bonito cheirar o que não se deve.)

Agora, sobrinha outra, essa não tem juízo
E julga-se uma idolatra de um mundo
Que sem vergonha nos enrola como a serpente
Nos troncos da amargura
Da perdição e da vaidade;


Podia "vaidar.se" com flores
e com amoras maduras
Mas prefere apodrecidas….


Eu, alegre entre as flores (sim, aquelas que já disse amores!)
Sorrio e canto pra mim;
Para o mundo mais perfeito


Da chuva e dos orvalhos
Que me encantam a visão!

(oh pássaros do norte! Que se passa com vocês?
Levem.me de volta a casa
Não aguento este povo,
Esta escória de surdez…


Eles não ouvem as musas, as sobrinhas e as lusas
(uma ave, digo eu) –
Sim porque inventar é bom;
Variado como as frutas, as flores e as ramagens…
Porque não posso criar?

Há quem corte frutas para criar pratos
As flores para criar ramos e as folhagens vão também.
Acho é tudo mais nas campas
Do quem em belas camponesas, tão bonitas e tão tristonhas…
A tristeza é tão má flor
Que não só me traz a dor
Como traz mais sofrimento.
E dizem que vai aparecer (lá mais logo à chegada)
Ente rostos e semblantes;
Dizem caras facetadas… paisagens ténues e pálidas!)

Prometo apenas ficar nesse (P)porto conhecido
Até conseguir tratar
Uma sobrinha que tal
Se julga adoentada…
Inspiração não sei se vem… as paragens lá, eu sei,
Deixam sorrir para o céu.
Este aqui já não é meu, mas prometo ir cantá-lo.

Olha ali um armazém? Estou a chegar… uii que ar !




Artur